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Trailer de livro é um ‘conceito ridículo’: prova número 1

httpv://www.youtube.com/watch?v=EfzuOu4UIOU O Pop Literário de Sexta não viveria sem eles, mas trailers de livros partem, segundo uma boa tirada de Drew Grant na Salon, de “um conceito razoavelmente ridículo: tentar vender literatura para pessoas que prefeririam esperar pela adaptação cinematográfica”. Seja como for, o gênero está em ascensão (transparência total: eu mesmo já cometi um e dificilmente escaparei de outros) e tem até seu próprio prêmio no âmbito da anglofonia, o Moby Awards, que destaca os melhores e os piores exemplares do mercado no período de um ano. Nem sempre é fácil distinguir uns dos outros. Grande vencedor (sem ironia) do Moby 2011, o vídeo acima ilustra bem a observação de Grant sobre o ridículo do conceito. Feito para promover o último romance de Gary Shteyngart, já lançado no Brasil com o título “Uma história de amor real e supertriste” (Rocco, tradução de Antônio E. de Moura Filho, R$ 49,50), o trailer é quase uma superprodução. Tem participações especiais de colegas do autor – especialmente Jeffrey Eugenides, Edmund White e Jay McInerney – e até do astro hollywoodiano James Franco. Tudo para levar à estratosfera aquele manjado mandamento, “ria de si mesmo antes que os outros o façam”, caro a…

Auster x Erdogan: quem disse que escritor não morde?
Pelo mundo / 06/02/2012

O bate-boca entre Paul Auster (à esq.) e o fogoso primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, tem um certo tom farsesco, mas é uma bem-vinda prova de que os escritores, se já não gozam do cartaz de antigamente, ainda podem atuar como consciência crítica dos poderosos – talvez sobretudo em temas como direitos humanos em geral e liberdade de expressão em particular. Aqui (em inglês), uma boa nota da “Time” digital sobre o caso. Para resumir: numa entrevista à imprensa turca, Auster disse ter cancelado uma visita ao país porque seu governo mantém dezenas de jornalistas presos por crime de opinião. Erdogan se queimou e recorreu à ironia num discurso aos membros de seu partido, de inclinação muçulmana: “Oh, nós realmente dependemos do senhor!”, disse, como se se dirigisse ao escritor do Brooklyn. “Quem liga se o senhor vem ou não? A Turquia vai perder prestígio?” Em seguida, botou Israel no meio e a conversa degenerou, mas de uma coisa a reação de Erdogan deu bandeira: a mordida do intelectual novaiorquino que escreve ficção – uma criatura sem dentes, como nos acostumamos a pensar – doeu. * ERRO DE EDIÇÃO: Não é a primeira vez que acontece. Sete, a crônica…