A mais cruel das pegadinhas literárias: telefone para Philip Roth às seis da manhã da próxima quinta-feira e fale com sotaque sueco. Interessado no Nobel, o prêmio dos prêmios literários, que será anunciado na próxima quinta-feira? Bom, eu confesso que, a cada ano, fico menos. Isso não me impede de reconhecer que pode ser divertido acompanhar o aquecimento que rola online, como este ou aquele outro, da revista eletrônica Words Without Borders, de onde saiu a piada acima. O aquecimento é divertido desde que se leve em conta que costuma ser vão. Em primeiro lugar entre os favoritos das casas de apostas está o poeta sueco Tomas Tranströmer (cujo fator “quem?” pode ser, justamente, um trunfo decisivo). O problema é que as casas de apostas nunca acertam. Em outras paragens, têm sido ventilados Ismail Kadaré, Milan Kundera, Javier Marías e Amós Oz. Os nomes de Roth e Thomas Pynchon também são citados, mas sempre com uma dose saudável de ceticismo, que cresceu desde que a Academia Sueca declarou guerra à “insular” literatura americana, há dois anos. Mas nunca se sabe, não é?