Moacyr Scliar, um dos mais importantes escritores brasileiros contemporâneos, morreu à 1h desta madrugada, aos 73 anos, em Porto Alegre, cidade onde nasceu e viveu por toda a vida. Ele estava internado numa unidade de tratamento intensivo do Hospital de Clínicas da capital gaúcha desde 17 de janeiro, após sofrer um acidente vascular cerebral quando se recuperava de uma cirurgia no intestino. Médico sanitarista, gaúcho e judeu – seus pais chegaram ao Brasil fugindo de perseguições na Rússia –, Scliar construiu desde sua estreia na literatura, em 1962, com “Histórias de um médico em formação”, uma obra vasta e premiada que reflete sobre essas facetas de sua identidade. Ao longo de oito dezenas de títulos, entre a narrativa e o ensaio, firmou um estilo em que a erudição se alia ao humor, com toques de fantástico. Foi também um prolífico autor de literatura infanto-juvenil. Entre seus livros de maior projeção internacional estão “O centauro no jardim”, “Exército de um homem só”, “A estranha nação de Rafael Mendes” e “Max e os felinos” – este, sobretudo devido à polêmica com o canadense Yann Martel, que, após ser acusado de plágio, admitiu ter se “inspirado” em seu ponto de partida narrativo (um…