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Um ano em cinco tempos

03/01/2015

machado2Machado: ‘Reescrevam-me à vontade, mas…’

Reescrevam-me à vontade, caros compatriotas; cancelem palavras raras e chistes eruditos; amputem postilhões de Éolo, hidras de Lerna e asas de Ícaro; aplainem sem piedade as ordens inversas, as ousadias sintáticas, todas as cousas grandes ou miúdas. Depois de certa adaptação de Dom Casmurro para aquilo a que chamam TV, e que aqui captamos na parabólica, creio poder afirmar que já nada me fará mossa. Se de resto me agastar algum aspecto dessa faina, pago-lhes com um piparote, e adeus. (Leia mais.)

chuck_wendig200Respostas grosseiras para perguntas idiotas

“Como eu construo minha marca?” Chuck Wendig, escritor americano de fantasia com uma carreira sólida como romancista, roteirista e designer de games, autor de livros como Blackbirds e Double Dead, conseguiu fazer uma crítica feroz – e às vezes hilariante – de uma certa mentalidade de autoajuda e de um certo visgo corporativo que vêm se infiltrando há anos, traiçoeiramente, no mundo florescente do aconselhamento literário. Em forma de filezinho aperitivo, aqui vão alguns de seus achados. (Leia mais.)

american psycho x infinite jestPor que o Google Ads é coisa de psicopata

“O psicopata americano”, o romance mais conhecido do escritor americano Bret Easton Ellis, é um livro detestável na opinião de seu compatriota David Foster Wallace, com a qual concordo. Mas é um livro detestável que, de uma forma que seria até desonesto não considerar brilhante, conseguiu ficar na história como o melhor retrato de uma época e uma cultura detestáveis – o yuppismo dos anos 1980. O livro curioso que dois designers desentranharam dele deixa isso muito claro. (Leia mais.)

silêncioA eloquência do silêncio

Tudo aquilo que não é dito oferece à imaginação do leitor – coautor pouco comentado de qualquer obra literária – espaço para se espraiar, ligar os pontinhos, produzir e não apenas decifrar sentido. Se o silêncio que antecede a primeira palavra de uma história costuma passar despercebido, aquele que vem depois do ponto final é de uma eloquência ensurdecedora. Dificilmente haverá um escritor que não tenha, em algum momento, se deparado com esta queixa, que por sinal é muitas vezes infundada: “Mas a história não termina…”. (Leia mais.)

Autran Dourado por Ana Carolina Fernandes FolhapressTempos e pessoas: viagem ao coração da literatura

Aprendi com Autran Dourado, há muito tempo, um truque para dar vida nova a textos deficientes, insatisfatórios, capengas ou falsos: trocar seu tempo verbal ou a pessoa da narração – ou as duas coisas ao mesmo tempo. Parece pouco, mas ao fazer isso estamos nada menos do que penetrando o coração dessa brincadeira, tomando posse daquilo que torna a literatura, literatura. Cervantes inventou o romance moderno quando inventou a voz maluca, autoconsciente, de D. Quixote. O resto veio depois. (Leia mais.)

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