“As anchovas estão inquietas”, diz a escritora canadense Margaret Atwood, explicando que as anchovas são os escritores – individualmente fracos, mas fortes quando em cardume, por darem sustentação a toda a cadeia alimentar do mercado editorial.
A inquietude, diz ela, provém da sensação de que a maioria das editoras tem sido intransigente ao negociar direitos autorais para e-books, deixando de levar em conta uma nova realidade em que os baixos custos de produção permitiriam multiplicar o tamanho da fatia que tradicionalmente cabe ao autor (em torno de 10% do preço de capa). “Está no ar”, nas palavras de Atwood, a ideia de repetir no mundo literário o que fizeram alguns artistas de ponta de Hollywood em 1919, entre eles D.W. Griffith e Charles Chaplin, ao romper com os grandes estúdios e fundar sua própria companhia, a United Artists.
United Writers? Mas “escritores unidos” não é uma contradição em termos?
Este é apenas um dos atrativos desta recente palestra de Margaret Atwood no TOC 2011, seminário de novas tecnologias realizado em Nova York. Pontuada por piadas, algumas ótimas, e desenhos em PowerPoint feitos pela própria escritora, a fala de Atwood cobre de forma leve quase todos os aspectos do emaranhado de interrogações que cerca o tema do futuro da indústria editorial, privilegiando o ponto de vista do escritor. O vídeo dura pouco mais de meia hora e vale cada minuto.
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httpv://www.youtube.com/watch?v=-6iMBf6Ddjk
2 Comentários
Tomei a liberdade:
http://acridoce-oil.blogspot.com/2011/03/o-todo-prosa-levanta-uma-questao.html
Palestra deliciosa, inteligente e pedagógica.