Eleger os livros do ano é um clichê jornalístico, mas um clichê incontornável, além de salutar. Como os prêmios literários, e muitas vezes com mais eficácia do que estes, as listas de highlights que pipocam em torno do Natal – e que proliferam em todas as áreas, claro, não só na literatura – nos ajudam a imprimir uma certa sensação de ordem ao fluxo das novidades que, sempre excessivas, inundam o ano inteiro. Recapitular, eleger destaques e hierarquizá-los são atividades próximas de arrumar aquele armário cheio de entulho e conservar só o que interessa.
Até que vem o ano novo e o entulho começa a se acumular outra vez.
Este ano decidi inovar na retrospectiva anual do Todoprosa, o que explica ter entrado mais cedo no assunto. Os destaques de 2010 na ficção nacional e estrangeira – sempre levando-se em conta livros lançados no Brasil – serão escolhidos pelos leitores, em votação que vai rolar aqui no blog em dezembro.
A lista final dos dez livros concorrentes, entre brasileiros e estrangeiros, será preparada por mim, mas levando em consideração mais uma vez, ao lado de critérios pessoais, a participação do público. Fica então o convite, caro leitor: use a caixa de comentários deste post como um mural para discutir o que de melhor a literatura lhe proporcionou este ano. De preferência, lógico, com alguma argumentação que fundamente sua escolha. Lembre-se que será preciso me convencer da relevância dos seus indicados.
Estamos começando cedo? Nem tanto, se considerarmos que já pipocam pela blogosfera as declarações bombásticas de que “2666” é o livro de 2010 e ponto final. Foi isso que me levou, aliás, a imaginar a retrospectiva interativa. Discordo do veredito, não só por ver problemas sérios no derradeiro livro de Roberto Bolaño, mas sobretudo porque esse papo de “… e ponto final” mata qualquer debate.
E o debate – franco, transparente, irreverente com as vacas sagradas, inimigo dos acordos de gabinete – é o que há de melhor na conversa sobre literatura.
52 Comentários
Sérgio, Sou obrigado a indicar meu livro “Estudos sobre a Leveza” como livro do ano. Rs…
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Eu indico também o livro “Estudos sobre a Leveza”, uma obra independente, com um conteúdo que PRECISA sair da prateleira de autores desconhecidos e assim lançar discussões sobre o nosso cotidiano comum, em contrapartida a outros livros do gênero.
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Sérgio, dentre os contemporâneos que pude ler, 2666 realmente foi o que mais me agradou. Agora, gostaria de saber quais problemas tão sérios são esses em sua opinão.
Caro Sérgio, o livro de ficção que li com mais prazer esse ano foi a reunião de 68 contos do Raymond Carver lançado pela Companhia das Letras. É certo que muitos dos contos não são inéditos no Brasil, mas o lançamento deles reunidos e em ordem cronológica dá uma visão ampla da maturação do autor, do período de forte influência do seu editor (Gordon Lish) e ao final o escritor que ficou de tudo isso. Por tais razões indico o Carver. Outro bom lançamento foi o “Essa mulher e outros contos” do Rodolfo Walsh, principalmente o conto que dá nome ao livro. Um primor de concisão.
Na ficção nacional fico com “Sobrescritos” se for possível.
Se a lista fosse de livros “lidos” no ano, ficaria indeciso entre “As incríveis aventuras de Kavalier & Clay”, de Michael Chabon, e “A história sem fim”, de Michael Ende, para livros estrangeiros; e entre “Mãos de cavalo” e “Cordilheira”, de Daniel Galera, para escritores brasileiros.
Gostei bastante de “O único final feliz para uma história de amor é um acidente”, publicado este ano, mas você já falou sobre ele, então deve lembrar das qualidades e dos defeitos. Levando em conta lançamento no Brasil – o que exclui Asterios Polyp, de David Mazzuchelli – indicaria “Humilhação”, de Philip Roth (pois gostei das reflexões do ator senil e quase suicida, que se abala por não conseguir mais atuar – algo que pode ser lido de diferentes formas em contextos desiguais), e “Cachalote”, de Daniel Galera e Rafael Coutinho (as narrativas sem se cruzarem e abertas, a esquisitice do cetáceo que aparece no começo e final do livro, os silêncios: tudo isso junto creio que resultou num trabalho bem interessante). Só não sei se HQ pode.
Haha, increditável. Eu também voto no meu livro. Sai apenas no ano que vem, mas não importa, já sei que vai ser o melhor. Aliás, pode colocar aí: voto no meu livro para o melhor da década, do século, do milênio, de todos os milênios. E mais! Voto em todos os meus livros como os melhores de todas as listas de todos os tempos.
Modéstia à parte, claro.
Eu indico o livro “A morte de Paula d.”, de Brisa Paim, que este ano foi finalista do prêmio São Paulo de Literatura. Acho que é um livro corajoso e inovador. A escritora consegue como poucas(Hilda Hilts, Clarice Lispector, Maria Teresa Horta) exprimir sentimentos reprimidos em uma linguagem bastante própria. Mergulhar na história de Paula d. é descobrir sentimentos no mais profundo e escondido de si. Acredito que a autora será um dos grandes nomes da literatura brasileira. São esses e outros tantos os meus motivos para indicá-la.
“a morte de paula d.”, por Brisa Paim.
Um livro de uma editora universitária que foi indicado ao Prémio S. Paulo deste ano. Excelente livro, muito bem escrito, que envolve o leitor numa teia de sentimentos produzidos pela sua personagem principal.
Por que perder tempo com indicações, seleções e votações? Vamos premiar logo o último livro do Chico Buarque (que eu desconheço qual seja e que não pretendo ler mesmo).
Tomás, embora feita em tom de brincadeira (já iniciei campanha para indicá-lo no Twitter e tudo mais, para importunar o Sérgio) gostaria de lembrar que os principais prêmios literários desse país admitem a inscrição do livro realizada pelo próprio autor, a lembrar o Prêmio São Paulo e o Jabuti (tadinho dele, hoje ele foi surrado até não poder mais internet afora).
Mas também quero ressaltar que recentemente a autora Brisa Paim, inscreveu seu livro “A Morte de Paula D.” por conta própria no Prêmio São Paulo e foi a grande surpresa dentre os livros indicados na categoria “autor estreante”. Livro que espero que conste na lista elaborada pelo Sérgio.
Se indiquei meu livro, e não tenho falsa modéstia em ressaltar isso, tenho motivos para acreditar ser uma boa obra, já resenhada positivamente (se quer conhecer uma resenha sugiro esta http://aguarras.com.br/2010/07/01/superficial-por-profundidade/).
Mas não, Tomás, não sou vaca sacrosanta da literatura brasileira. Sim, sou autor iniciante. Mas acho engraçado que tendo atingido muito limitadamente o mercado literário, o Sr. Cristiano Hackl (que sei ser meu leitor sem que eu conheça pessoalmente ou tenha relações mais fortes de amizade) veio a defendê-lo em seguida.
Me diga Tomás, você tem coragem de julgar por si se meu livro merece ou não a atenção do Sérgio? Ou prefere a pressuposição de minha prepotência em forma de ironia?
Por fim, não existe autor de qualidade que seja verdadeiramente modesto sobre a própria obra.Quem não considera o próprio livro digno da leitura de outrem, não o publica.
Dos já lançados este ano, lembro de ter gostado de Do que falo quando falo de corrida, de Haruki Murakami. Tirando esse, os melhores que li foram lançados em anos anteriores.
Sr. Tomás… quando seu livro for publicado se você achar que ele teve um bom feedback e bons comentários por parte dos leitores, eu realmente acho que você deveria indicar o seu livro, e ainda digo mais, assim como fui um dos primeiros a adquirir o excelente “Estudos sobre a Leveza”, sem ao menos conhecer o autor, com muito prazer informo que serei um dos primeiros da fila na sua sessão de autógrafos.
Mas até ano que vez, quando supostamente seu livro será lançado eu lhe recomendo uma coisa chamada respeito.
Abraços.
Ps: e EU Voto em “Estudos sobre a Leveza”
Iiii… será que posso dizer?
Eu indico três: a morte de paula d., brisa paim ( que livro!); Cachalote, Daniel Galera e Rafa Coutinho; Como desaparecer completamente, André de Leones.
Fim.
Indico Retratos Imorais, de Ronaldo Correia de Brito. Principalmente pelos contos Catana e Homem folheia álbum de retratos imorais, que fazem uma análise da sociedade a partir de situações ocorridas em hospitais públicos. Escrevi mais sobre o livro aqui: http://www.vacatussa.com/2010/09/retratos-imorais-ronaldo-correia-de-brito/
Lula: História do Brasil em quadrinhos. Prêmio: Troféu Jabuti.(Já buti minha História no Brasil)
Tenho dificuldade de considerar “2666” um livro de 2010, mas vá lá, já que tá concorrendo, acho que é o livro do ano mesmo. No Brasil, meu favorito do ano foi o “Agito no Egito” de Joca Terron.
A morte de paula d. É um livro que expõe o universo feminino com uma percepção que ultrapassa o sexismo. Pelo avesso, desenvolve o tema com abordagens criativas e reflexivas sobre os papeis sociais dentro das relações.
Leandro, apenas para seu conhecimento, e com todo respeito, informo que tenho dois livros publicados pelo maior grupo editorial do país. Também tenho uma boa resposta de crítica e público. Não sinto, contudo, necessidade de tentar amealhar louros a qualquer custo. As críticas e resenhas positivas, quando vem, vem naturalmente e não por vontade do autor. Assim, diante de sua argumentação torta, como escritor publicado, sinto-me à vontade para faltar com respeito – polidamente, claro.
Portanto, deixa eu ver se entendi, Fernando. Você quer que eu julgue se o seu livro merece a atenção do Sérgio? Desconfio que ele, como crítico competente que é, e como autor deste blog, tenha mais autoridade para tanto do que eu, um mero leitor (ainda que autor duplamente publicado, hein, Leandro).
Quanto à sua prepotência, eu não estou pressupondo. Estou concluindo, a partir de sua postura.
Quanto à sua admiração pela própria obra, acho louvável. Claro que todo artista deve se julgar digno de ser apreciado pelo público. Daí a considerar-se o melhor e sair alardeando isso em caixas de comentários de blogues, vai alguma distância. Por mais doloroso que seja, o reconhecimento deve vir de terceiros.
Outra coisa, inscrever o próprio livro num prêmio é submetê-lo ao julgamento alheio. Bem diferente de categoricamente afirmar que é o melhor.
MEridiano de Sangue, do Cormac Macarthy, foi lançado no Brasil este ano??? Se foi, é esse!
2666, definitivamente, não. Gostei muito do Solar (Ian McEwan), para mim o seu melhor, depois de Reparação.
Enquanto Hamlet atormenta a coitada da Orfélia passando-lhe sífilis. A Morte de Paula D. é o que estou lendo e gostando.
Tomás, vou ressaltar de novo, o que talvez por combatividade minha não ficou claro: O tom da indicação inicial foi de pentelhação ao Sérgio. Todo o resto é só polêmica. Quanto mais discutimos com você, mais atenção se chama.
Acho que seria pior, se eu tivesse entrado aqui com um nome falso para promovê-lo. Nossa! Isso seria patético! Rs… Nossa! eu deveria ter feito isso!
Obviamente não sou o melhor (embora minha mãe discorde de mim neste ponto), mas porque meu livro não pode ser um da lista de “Livro do Ano”? Talvez seja esse ponto de reflexão (involuntário) de minha brincadeira inicial.
De qualquer maneira, bater boca na internet não leva à nada desde 1994. De forma que eu proponho um tratado de paz,a ser assinado tomando um café, celebrado com uma troca de exemplares.
Abraços.
Ps.: Do mais à mais, terei minha chance de ajudar a escolher o romance do ano na CLB2010/2011. Mas enfim, disso eu não posso falar muito, sob pena de irritar o Lucas Murtinho.
Prezado Sr. Rodrigues,
Melhores livros de 2010… são dois clássicos impecáveis:
“O Outono Da Idade Média”, de Johan Huizinga; e,
“O Livro Vermelho”, de Carl Gustav Jung… IM-BA-TÍ-VEIS!!!!
Os melhores livros de 2010 devem estar entre aqueles que ainda não li. Assim, não posso indicá-los. Quem sabe em 2011 eu os leia (estarei sempre em atraso nessas enquetes). Inclusive o Estudos sobre a Leveza, que, considerando o autor (a quem conheço pessoalmente), deve ser mesmo de boa lavra.
DESGRACIDA FOI A MELHOR LEITURA DO ANO. DALTON TREVISAN SEMPRE FALA MUITO MESMO NAS HISTÓRIAS CURTAS. AS CARTAS FORMAM UM ORIGINAL EXERCÍCIO DE CRÍTICA E O CONTO MARISKA É PURO LIRISMO.
Gostei muito de “Cartas entre Amigos 2”- Sobre perger e ganhar -(Gabriel Chalita e pe Fábio de Melo).Uma importante reflexão em tempos onde a grande parte da juventude não sabe lidar com suas perdas.
“Como liderar Pessoas Difíceis” – João Carlos de Almeida. De uma maneira muito interessante o autor faz uma ponte sobre como Jesus conseguia liderar um grupo tão difícil (seus apóstolos) e transformá-los em grandes líderes de forma amorosa.
Pequena abelha, de Chris Cleave!
Olá Sérgio! Sem dúvidas o melhor livro publicado esse ano foi o Pequena Abelha, do autor Chris Cleave, publicado pela Editora Intrínseca. O livro dispensa comentários. Ele é do tipo que só lendo para entender o que ele tem que impressiona tanto. Magnífico, não pode ficar de fora dos indicados!
“A morte de paula d”, de Brisa Paim, é sem dúvida o grande destaque da literatura nacional, finalista do Prêmio São Paulo de Literatura, na categoria autor estreante. É bem escrito, a forma como a narração é feita faz o leitor mergulhar no turbilhão de sentimentos da complexa narradora-personagem criada por Brisa Paim, para além do deleite estético remete-nos a uma reflexão de temas universais, muito bem justapostos no dia-a-dia de Paula D… Merece a leitura, merece a indicação!
Os únicos livros lançados em 2010 que já li são “A passagem tensa dos corpos”, do talentoso Carlos de Brito e Mello, Companhia das Letras, e “A menina com a lagartixa”, de Bernhard Schlink, tradução de Marcelo Backes, Record. Então não tenho como votar aqui.
Só por curiosidade, Tomás. Quais livros você publicou?
Serjão,
Para mim, não sei se chega a ser o livro do ano, mas uma autora que merece sem dúvida estar entre os seus 10, chama-se Verônica Stigger, pela inovação, diálogos inteligentes, novos formatos. Seu livro de 2010 foi OS ANÕES e antes ela já tinha arrebentado no O Trágico e outras comédias. Fica a indicação.
Abração
“A morte de paula d”, de Brisa Paim. Publicação premiada e com certeza um dos melhores livros que li este ano.
Tenho dois a sugerir: “Juliet, nua e crua”, do Nick Hornby e “Solar”, do Ian McEwan.
Indico “Pequena Abelha”, de Chris Cleave
Vale apicultura de autoajuda?
Um romance publicado há poucos meses: “As Almas que se Quebram no Chão” de Karleno Bocarro, a história de um grupo de estudantes brasileiros em Berlim na época da queda do muro. Alguns aspectos a considerá-lo como um grande romance:
Primeiro, há a excelente ideia de já lançar o leitor no meio da trama, causando-lhe apreensão pelo que pode acontecer a partir dali, e curiosidade pelo que já aconteceu.
Segundo, pela naturalidade dos diálogos, fluentes, com a mestria até de reproduzir o português como falado por um alemão, com os erros característicos. Ainda, quanto à linguagem, a sabedoria de, vez por outra, lançar uma expressão nordestina, de ótimo efeito, mas num contexto que se faz entendida mesmo por quem nunca a ouviu.
Terceiro, pelos cortes das cenas: vão num crescendo de interesse e, de repente, o suspense, para contar quem é a personagem e como chegou até lá, mas isso com uma destreza tamanha, que nos obriga a ler essas informações, com o mesmo interesse que vínhamos acompanhando a história.
Quarto, as personagens: muito convincentes, cada qual com suas fraquezas típicas. Uma delas, o anti-herói, Marco – o nome Marco ilustra a pretensão de “marcar” os outros. Há, por exemplo, uma cena sangrenta em que ele mata um coelho que “marcara” as roupas novas compradas de pouco; certamente a representação de como ele pode vir a acabar se fizer atos impensados. E a mais aterradora das personagens: o Bocas, tipo demoníaco!
Por fim, o máximo da obra, o autor não faz uma tese sobre o fim do socialismo, simplesmente deixas as personagens e o enredo falar, deixando para o leitor inteligente a conclusão.
E o final! A palavra niemand, ninguém em português, é o fecho de ouro do romance: e o que foi aquela geração descrita soberbamente no romance? Ninguém. E repetido três vezes, no melhor anexim alemão: Alles drei ist gut.
O autor nos faz entrar fundo numa história que está muito bem desenvolvida, que todos os fatos estão estreitamente ligados, de tal maneira que se não tivesse acontecido um anterior, não se sucederia necessariamente o posterior (Aristóteles fala, na Poética, da qualidade de uma narrativa, em que os fatos devem decorrer necessariamente de outros, de modo que, suprimindo os antecedente, suprimem-se os consequentes).
Boa Leitura!
Italo Sveck
Doutor Pasavento, do Enrique Vila-Matas.
Freedom, do Jonathan Franzen vai aparecer? Ou o blog vai privilegiar apenas edições já traduzidas para o português?
“a morte de paula d.” não é, definitivamente, um livro de cabeceira – impossível dormir indiferente o sono dos justos depois de ler suas reflexões intimamente desconcertantes. Sem dúvida, este foi o melhor livro que li este ano. Uma autora jovem, Brisa Paim, consegue, com sua escrita nada convencional, libertar o leitor dos pontos e vírgulas e reticências, deixando-o a vontade para descobrir, sem fôlego, o dia em que ele mesmo nasceu paula d., viveu paula d. ou morreu paula d. (…) Ou o marido sem nome. É minha indicação. Leiam releiam. Vale a pena deixar-se desconcertar…principalmente com aquilo aquelas coisas que sempre nos pareceram tão “normais”…
Está difícil indicar algum livro de ficção. Nas vitrines das livrarias imperam vampiros, romances “água com açúcar” e batalhas de “olimpianos”. Hoje os melhores livros são os de autoajuda. Mas isto é literatura?
Sem sombra de dúvidas, “As almas que se quebram no chão”, de Karleno Bocarro, o melhor romance de 2010
Li o livro do professor Karleno Bocarro, “As almas que se quebram no chão” e vi o que esperava: um livro maravilhoso! Um romance como, há muito, a nova Literatura Brasileira clamava; onde, lendo-o, pude ri, chorar, indignar-me, surpreender-me… É um livro que, na busca incansável de seu personagem, como aquele Salieri, do Filme do Milos Forman, incapaz de aceitar sua mediocridade, por um lugar na História – lugar este que não lhe pertence –, possui todas as qualidades de uma grande obra; dentre elas, a que eu mais gosto: a capacidade de nos desafiar, de nos instigar a buscar outras histórias, informações, leituras… de, muitas vezes, buscarmos a nós mesmo; de nos questionarmos sobre tudo, sobre o nosso papel no mundo, sobre nós. Tudo isso com a grandeza sutil dos maiores mestres. Ignorar uma obra como esta, ou as futuras grandes obras que virão da pena de Karleno Bocarro, é ignorar o que a nova Ficção Brasileira tem de melhor.
O melhor livro que li lançando neste anos foi O morro da casa-grande, do escritor Dílson Lages. Ele soube neste romance casar bem história-memória e ficção em linguagem poética. Um livro que enriquece qualquer bilbioteca e resiste ao teste da releitura. Poesia Pura!
Jairo Serpa
Fortaleza-ce
O livro do ano é sem dúvida o romance As Almas que se Quebram no Chão, de Karleno Bocarro. É ambientado em Berlim no período da queda do Muro de Berlim,e mostra o que resta do homem que apostou toda sua vida nas utopias.Além de ter as personagens mais bem construídas e com a franqueza e a força comparável às melhores personagens de Dostoievski.
Eu indico:As Almas Que Se Quebram No Chão de Karleno Bocarro,esse sim é o livro do ano.Quem leu adorou e quem ainda não leu não sabe o que tá perdendo.
Sem sombra de dúvidas o livro do ano é As Almas Que Se Quebram No Chão de Karleno Bocarro,é um romance maravilhoso, já estou anciosa pelo próximo. Parabêns ao escritor.
O livro do ano é As Almas Que Se Quebram No Chão de Karleno Bocarro, é um livro muito bem calculado que mexe com as emoções do leitor,esse eu recomendo.
Caso ainda não tenham lido o livro de Karleno e queiram saber do que trata – a fim avaliar se merece ou não a leitura –, um ensaio publicado no blog do poeta Érico Nogueira expõe um pouco melhor o que se pode encontrar na obra. Os links:
http://ericonogueira.blogspot.com/2010/11/o-belo-e-o-sublime-pobre-gente-1.html
http://ericonogueira.blogspot.com/2010/11/o-belo-e-o-sublime-pobre-gente-2.html
Sem dúvida o melhor livro do ano é As Almas que Se Quebram no Chão, de Karleno Bocarro. É uma história que vai te surpreender, quem não leu eu aconselho a não perder mais tempo.
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