Na primeira partida, uma espécie de clássico gaúcho apitado por Renata Miloni, “Por que sou gorda, mamãe?”, de Cíntia Moscovich, eliminou o favorito “Mãos de cavalo”, de Daniel Galera.
Começou quente a Copa de Literatura Brasileira.
Na primeira partida, uma espécie de clássico gaúcho apitado por Renata Miloni, “Por que sou gorda, mamãe?”, de Cíntia Moscovich, eliminou o favorito “Mãos de cavalo”, de Daniel Galera.
Começou quente a Copa de Literatura Brasileira.
56 Comentários
Não li o livro da Cíntia, mas, embora entenda o favoritismo do galera entre o público do blog e os próprios blogueiros, não duvido que seja mais interessante que o enfadonho Mãos de cavalo. Dela, conheço Duas iguais, que é um belo romance.
Anderson, não vá por aí. A jurada é uma blogueira, e o favoritismo que eu mencionei não me parece caber em guetos – o que não é uma medida de qualidade, claro, mas de percepção. Quem lê o Todoprosa há algum tempo sabe que eu considero “Mãos de cavalo” uma das boas notícias da ficção brasileira nos últimos anos, mas a idéia de “blogs e blogueiros” tem tanta influência nesse juízo quanto em minha formação literária e jornalística – ou seja, nenhuma. A propósito, eu também não li o livro da Cíntia.
Dos dois concorrentes, li somente o “Mãos de Cavalo”, e gostei bastante.
Posso até ser injusto com o livro da Cecília Moscovitch, mas achei o resultado uma pena. Ler a resenha feita pela jurada Renata só me fez aumentar a impressão de como o livro do Galera é mais interessante como literatura. Me parece que continuamos sempre patinando em textos confessionais e umbiguistas (algo que já foi motivo de discussão por aqui) e dispensamos quem consegue verdadeiramente criar personagens e construir uma narrativa.
De novo, como só conheço o “Porque sou gorda…” por ouvir falar, posso estar sendo injusto. Mas enfim.
Pelo menos há um texto “justificando” a escolha, melhor do que ocorre em muitos prêmios consagrados nos quais ninguém mostra a cara e os argumentos para as escolhas… Mas acho que seria interessante uma melhor de três, ou seja, três jurados para cada partida. Fica a sugestão para as próximas fases. Sei que é mais complicado, mas já que resolveram fazer isso…
Só lembrando, Drex, que eu gostei do “Mãos de cavalo” e que não preferi o livro da Cíntia (e não Cecília) porque é “confessional” e “umbiguista”. Aliás, não sou muito chegada a textos assim. Mas aconteceu de eu gostar mais do livro dela, simples. Assim como os outros jurados podem detestar o livro. Vai saber.
Esse “Mãos de cavalo” foi uma decepção para mim… não que seja exatamente ruim, mas fica muito aquém da exaltação da mídia babosa. Galera – assim como toda a rapaziada da Livros do Mal – tornou-se um queridinho dos segundos cadernos. Ai a gente vai conferir e se decepciona. Embora o primeiro do Galera, ainda na Livros do Mal, “Dentes Guardados”, seja muito, mas muito interessante…
É isso que dá colocar a última flor do Lácio nas mãos gordas do cavalo doído…
Gostei da forma circunstanciada que a Renata Miloni usou para defender a escolha e do fato de haver apontado erros de português no texto perdedor.
A regra é clara: esse jogo tem de ser anulado pelo STJL! Dias atrás li um comentário da árbitra no qual ela anteviu o triste futuro do cavalo do Galera, que fatalmente sucumbiria ao peso literário da concorrente. Tais declarações ferem o art. 432, § 5º, inciso II da International Board, que proíbe ao juiz declarações de cunho nigromântico, antes ou depois da partida.
Que comentário? Mas que gente doida!
Não que isso tenha alguma relevância, mas UMA pessoa decidindo? Quais as credenciais da jurada? ter um blogue? Dai quando disse que isso era um embuste falaram m… de mim…
fui no blogue da jurada e vi quanta credibilidade merece essa copa. “opinião é um troço pessoal”. takeipariu, que respeito merece alguém que escreve um truísmo desses? Sérgio, por que você não disse que o negócio era um “gosto ou não gosto”?
Thiago: as regras da brincadeira, que são de alto risco mesmo, estão explicadas desde o início no site da Copa. O gosto nunca vai estar ausente de juízo literário nenhum, mas nesse caso existe a vantagem de o jurado assinar e justificar publicamente a escolha. É mais do que vemos nos jabutis da vida.
Thiago eu tenho algumas credenciais sobrando e estou pensando em colocá-las no Mercado Livre. Algumas têm até um certificado assinado por mim indicando que podem ser usadas para julgar qualquer livro. Os jurados que não as tiverem vão poder dar seu lance e eu vou ganhar um dinheirão!
Meu avô deixou um baú cheio de credenciais (de capitão, coronel, monsenhor, bispos, cardeais, reitores, extratores, etc.) da época do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Pode me escrever que indicarei ao meu testamentário como e onde obtê-las.
Caro Thiago,
Em condições normais de temperatura e pressão, meu impulso inicial seria concordar com você, que é um truísmo banal e tolo dizer que gosto é um troço pessoal. No entanto, tenho notado que essa banalíssima verdade é desprezada por muitos, os quais entendem que, acima dos gostos pessoais, árbitros supremos do juízo estético, pairam as fugidias leis editadas e promulgadas pelos críticos literários. Há quem acredite piamente que o embate entre duas obras literárias pode ser decidido com rigorosa precisão matemática, segundo esotéricas leis que somente aos iniciados é dado perscrutar. Quem professe fidelidade ao gosto pessoal é visto como um herege, um apóstata, um renegador de crenças firmemente cultivadas no ambiente universitário, o solo fértil em que medram e frutificam as ortodoxias.
Se a jurada merece ou não respeito, eis aí uma questão que foge completamente ao meu tirocínio, pois não a conheço para avaliá-la. O que sei, e posso aqui afirmá-lo, é que a valente bloqueira não merece ser aviltada apenas porque externou fidelidade ao gosto pessoal.
A maioria esmagadora dos comentários surgidos até agora, sobre o resultado da disputa, mostram que pouquíssimas pessoas leram a Moscovich por conta e interesse próprios. Já o Galera, impressionante, todo mundo leu e opina.
Todo mundo leu o Galera porque a crítica, no ano passado, fez muita festa com o livro do rapaz, o que o levou a uma exposição que fez crescer o interesse sobre sua obra e, conseqüentemente, vender seus livros. Isso para não falar no filme inspirado em um de seus livros.
E, Sérgio, não pretendi desmerecer a opinião dos blogueiros. Apenas disse que entendo porque gostam tanto do romance do Galera. Digo isso, porque, entre a pessoas mais próximas de mim, em grande parte acadêmicos, ninguém achou o romance uma Brastemp…
Ah, bom, Anderson, se você estava opondo “blogueiros” a “acadêmicos”, um gueto a outro gueto, aí eu entendo. Mas eu me referia a coisa bem diferente: leitores e apreciadores de literatura. Agora, Brastemp não é mesmo, não. O tempo anda mais para Frigidaires.
Leitores e apreciadores de literatura. Isso anda em falta por aí.
Tem gente falando demais e lendo que e apreciando o que lê, nada.
Vâmu combiná que esse troço de Copa de Literatura é uma bobagem monumental, certo? Também acho que, pra ser um campeonato decente, os livros teriam que disputar mais “partidas”, passar pelo crivo de pelo menos uns três críticos, sejam eles blogueiros, acadêmicos ou qualquer outra coisa.
By the way, li o livro do Galera e gostei bastante, mas não li o livro da Cíntia. E olha que eu sou gaúcho (vai ver que foi por isso mesmo…).
Abraços.
Concorde-se ou não com os resultados, acho que a última coisa a se fazer é criticar a iniciativa da Copa, como se a coisa fosse um prêmio institucional, distribuindo prêmios gordos patrocinados pela Lei Rouanet. Mais leveza, minha gente.
O melhor da Copa será justamente fermentar a discussão sobre nossa produção literária atual. E, além do organizador Lucas, louve-se também os jurados que, como a Renata, tem que voluntariamente dar a cara pra bater e ainda ser questionada sobre suas credenciais. É cada uma…
Puxa, o livro que eu li foi eliminado… O finalista será provavelmente um livro que não li. Não vou poder dizer, na mesa do bar, com meu ar mais blasé, que li o vencedor, e “é um jovem promissor”. Que pena!
Ler a Cíntia? Ai, que preguiça…
O problema dessa copa (que é um brincadeira) é se ater ao gosto pessoal de uma única pessoa. Vou traçar um paralelo bem bom: O Juca Kfouri promoveu no começo do ano uma “copa dos sonhos” baseada nos times-base de cada clube, eleitos pelo júri de Placar. Pois bem, a idiossincrasia estava presente, teve vários votos do tipo “o time tem Pelé. Ponto”.Porém havia um grupo de votantes, o que ao menos equilibrava essas idiossincrasias. Nada contra a moça, que ignorava antes desses posts do Sérgio (e esse ignorava é sem ofensa, a partir de agora deixarei de ignorá-la, pelo menos por um tempo). Mas a partir do momento que ela topa participar disso, ela também entra em escrutínio popular. Nada contra o “opinião é algo pessoal” –e eu adoro poder dizer, quando perguntado sobre um livro, um disco ou um filme que ele é simplesmente ducaralho- porém uma brincadeira dessas não pode cair nessa. Senão teremos que concordar com o professor da USP lá do debate do estadão que a blogosfera só tem m****. Não esperaria uma crítica acadêmica, com analises estéticas conforme a tradição “candiana”, mas um pouco menos de “opinião, que é algo pessoal” faria bem. O centro da crítica dela é o (suposto) desleixo do Galera com relação à norma culta (que, só pra constar, é decidida por quem mesmo? Ah, pelos coleguinhas dos acadêmicos, aqueles que têm as tais credenciais) e cita como um único exemplo uma passagem que qualquer leitor formado pela coleção vaga-lume percebe que é uma fala do personagem, um momento de libertação permitido pelo narrador (nem vou entrar no mérito de ela tratar o autor Daniel Galera como narrador). Desculpem aos que pensam como ela de “que acha bom valorizar mais a nossa língua”. Pergunta: O que é “nossa língua”? So Sorry, sou um filhote do Bagno mesmo e acho que usar esse tipo de argumento é coisa de amador, de (ia usar um “fascista” aqui, mas é forte demais) fundamentalista estético.
Mas vamulá que o trem anda. Outros momentos desconcertantes da análise (que, pensando bem, faz jus a uma copa mesmo. Essa Renata é tipo o Avallone da parada, né não?) dela:
“Não são provocações contínuas de uma típica filha desnaturada, descontente e mal-agradecida, como muitas mães seriam capazes de considerar”.Donde ela tirou que as mamães pensariam isso?
“Para mim, um livro realmente bom não deixa a atenção do leitor dispersa por qualquer barulho.”
Ou seja, livro bom mesmo é o “código da Vinci”. Todo mundo lê numa sentada.
Paro por aqui com a minha opinião, que é pessoal, sobre a opinião pessoal dela sobre os livros. No fundo acho mesmo que o Por que sou gorda, mamãe? ganhou pelo “derrear” usada ali no meio…
BTW, tudo isso serviu pra que eu me coçasse e fosse comprar o livro da Cíntia.
PS: Sérgio, tô contigo nas duas:Xingar a moça só por ela ter escolhido um é coisa de babaca e os critérios dos Jabutis da vida é deveras discutível mesmo (mas adorei ver meu querido professor levar o segundo lugar na categoria crítica literária). Mas essa brincadeira podia ter mais vozes decidindo que leva o prêmio. Sei lá, entende? essa é só minha opinião, que é pessoal…
Desculpem o post enorme.
O ponto central da resenha foi o fato de eu não ter gostado dos erros do Galera? Estão levando isso tão a sério que mal conseguem ler a resenha. Se é só isso que conseguem perceber, uma pena. Mas fazer o quê? Ó, pobre coitada de mim, que sou uma desconhecida blogueira que não consegue desenvolver uma opinião. E desconhecida é alguém que vocês mal sabem quem é, não? Falar certas coisas é meio falta de argumento, mas o que esperar? Eu ainda espero coisa pior, como tenho feito desde o começo. De novo: estão levando isso a sério demais. Levaram a sério demais uma desconhecida que é somente uma blogueira. Na hora de criticar, eu só sou isso. Mas na hora de contar as dores por não concordar com uma coisa ou outra, parece até que sou uma resenhista profissional há anos. Estranho isso. Chega até a cansar. Pedir mais respeito? Que adianta, não? Tudo aqui é festa. Só posso rir mesmo, quando há certa graça, claro.
Thiago e Sérgio Karam, a idéia de ter mais jurados julgando o mesmo livro esbarra em dois problemas, um pratico, outro conceitual.
O problema pratico: mais jurados quer dizer mais exemplares de cada livro concorrente, mais trabalho para quem tem que organizar e reler as resenhas (eu), em suma, mais custos em tempo, esforço e dinheiro. E a Copa é mais uma brincadeira do que um trabalho: se for muito custoso, perde a graça.
O problema conceitual: parte do interesse da Copa é questionar a idéia de legitimidade dos prêmios literarios, que na maioria das vezes são resolvidos por meia-duzia de sujeitos num quartinho escuro. Por isso não faz muito sentido tentar tornar o prêmio mais legitimo. O que me interessa é mesmo o que o Thiago fez no grande comentario acima: analisar os argumentos dos jurados, não as escolhas em si.
Nesse sentido, acho uma pena que tanta gente esteja se prendendo apenas à questão dos erros de português. A Renata falou muito mais na sua resenha, e deixou claro que não foi pelos erros que ela preferiu um livro ao outro. De vez em quando gostar ou não de um texto é também questão de saber lê-lo – e, se a lição talvez também sirva para a Renata, ela certamente serve para alguns de seus criticos.
Abraços e perdão pela falta de alguns acentos inexistentes no teclado francês,
Lucas
O fato é que não haveria essas diatribes galopantes contra os critérios da Renata caso o livro do Galera tivesse vencido.
Questionar as regras do jogo (ainda que arbitrárias) post facto é coisa de mau perdedor.
Dizer que atentar à gramática é coisa de “fascista” é muito sintomático desses tristes tempos do Brasil em que o cara quanto mais burro e iletrado mais se acha no direito de influenciar escolhas, definir padrões etc etc.
Dois comentários adicionais, para ser tão justo quanto possível. A autora, numa frase de seu blog, comete um erro e confessa outro, ambos na mesma frase:
-um erro é de regência: “Fui ler um dos parágrafos da minha resenha (QUE preciso dizer: Lucas Murtinho me ajudou muito mesmo)”, quando o correto seria, claro, “sobre a qual”;
-o segundo erro é o fato de que teve “muita ajuda”, na elaboração de sua resenha, do organizador do concurso! Ou seja, ela nem atentou aos próprios crítérios que estabeleceu (correção gramatical) e ainda admite que não foi uma jurada autônoma, e teve auxílio de alguém que deveria ter se comportado com imparcialidade.
Conclusão: no Brasil, todos, organizadores, obras, leitores e jurados, estão ainda abaixo das expectativas.
Bemveja, além de organizar a Copa também estou relendo e editando as resenhas dos jurados. A Renata se refere a essa ajuda, e agradeço o reconhecimento, mas o texto e as idéias ali apresentadas são dela. E não acredito que sugerir mudanças nos textos dos jurados, mudanças que cada jurado lê e decide incorporar ou não ao seu texto, os torne menos autônomos.
Abraços,
Lucas
Então foi você quem deixou aquele comentário, querido? Em cada blog é um nome diferente?
A ajuda que o Lucas me deu foi puramente de editor. Como ele já disse ali em cima que faz. Se não sabe exatamente o que aconteceu, melhor não falar, eu acho. Eu não devo satisfação da minha honestidade a quem quer que seja. (Ah, Lucas, bem que você tinha razão) Então, não vou ficar explicando que se a resenha é minha, bom, ela saiu de mim.
E outra: quanto você cobra por lauda para revisar meu blog? Pelo visto estou precisando. Que péssima profissional eu sou, não? Minha nossa.
E o que você falou sobre a diferença que seria se o Galera tivesse vencido é verdade. Mudaria tudo. Qual seria a parte-cristo da resenha caso eu não tivesse falado que sou revisora? É tudo tão condicional, não é mesmo?
Lucas, desculpe, mas isso é um equívoco e não tem cabmento, primeiro porque você não é professor da sexta séire corrigindo redação, supõe-se que todos os jurados sejam adultos em condições de ler criticamente e redigir um texto com base nessa leitura.
Segundo, você já tinha, a meu ver, sucumbido a uma certa parcialidade quando, ao se conhecer os favoritos do público (Maos de Cavalo, Memorial de BA e Sementes de Flowerville, nessa ordem), você ignorou o Memorial e disse que os favoritos eram os livros do Galera e do Sérgio. Por que o Memorial foi excluído desse raciocínio, já que teve mais votos do que Flowerville?
Mais ainda, por que você achou conveniente manifestar-se sobre favoritismos? Não seria melhor apenas apresentar o resultado da enquete e deixar o barco correr?
Bemveja, sobre o trabalho de editar os textos, não sei muito bem o que dizer. Isso é o que um editor faz: relê um texto e sugere modificações. Que eu saiba, em todo jornal, revista ou editora é assim que funciona. Acho que você anda mal informado sobre a profissão.
Sobre os favoritos, note o “confirma” daquela frase em que cito os livros do Sérgio e do Galera: para mim, eles eram candidatos a vencer a Copa antes da enquete, antes mesmo da definição dos concorrentes, o que não era o caso do “Memorial”. E achei conveniente comentar sobre os favoritos porque não sou em quem decide que livro é eliminado e que livro passa para a fase seguinte: são os jurados. Tanto que eu achar o “Mãos de cavalo” um favorito não evitou sua eliminação na primeira rodada.
Abraços,
Lucas
Renata, você já deve ter reparado que, sendo julgadora, não está imune aos juízos alheios, certo? Se você fala em gramática e derrapa, nada mais razoável do que se usar desse critério na leitura de seu texto.
Pessoalmente, o que me interessa é uma avaliação crítica, sem maniqueísmos e confrarias, da ficção brasileiro e de seu universo receptor, que inclui você. De modo geral, repito, apreciei os seus argumentos ao expor sua escolha.
Há uma diferença entre honestidade e propriedade; é aquela história da administração pública, nem tudo que é legal é legítimo e por aí. É óbvio que o Lucas não ajudou a definir o resultado, até porque um dos aparentes favoritos dele perdeu, mas não fica bem essa “ajuda de editor”.
Sugiro ao Lucas que defina critérios (tantas linhas; descrever brevemente o enredo dos dois livros etc) e deixe os jurados caminhar de modo autônomo.
Até eu achava que o Galera ia ganhar antes de ler os dois livros.
Lucas, você não é revisor, nesse contexto da Copa, você é organizador, certo? Por que se atua em ambas as funções surje aí, a meu ver, uma possibilidade constante de conflito de interesses.
Claro, Bemveja, eu entendo perfeitamente. Mas só falar disso? Para mim, é falta de argumento.
Bom, o Lucas já disse o que penso sobre isso. Claramente você não entende o que é ser um editor e quer uma tempestade em xícara. Não tem problema algum ele editar os textos. Aliás, é até necessário. O que você quer mesmo é uma polêmica, não?
Esse é um dos aspectos do julgamento, não é polêmico porque nem é uma questão de mérito.
O interessante de dos comentários da Renata é o seguinte: Ela topa participar de uma brincadeira, mas não gosta de ter seu texto e sua escolha criticada. Dai vem com ironia de sexta série. A não ser que a brincadeira seja só entre os blogueiros que participam como jurados e nós público estamos nos metendo de enxerido, temos o direito de argumentar não é mesmo?
Ela foi incapaz (pelo menos aqui no TP) de tentar estabelecer um diálogo com o público. Não sei se em outros espaços ela sofreu ofensas graves, mas aqui ninguém a ofendeu. Continuo a dizer que, na minha opinião, que é pessoal, o centro da crítica foi o fato de o “por que sou gorda, mamãe?” ser “melhor escrito” e o único exemplo apontado no texto do Galera como atentado violento ao pudor gramatical foi uma frase dita pelo personagem, não pelo narrador. E como sabemos, nossas crianças já detém desde a alfabetização, um domínio pleno das normas gramaticais, do bem falar, não é minha gente?
Bem, talvez ela nem queira esse diálogo…
Lucas
Imaginava que o motivo de ter apenas um jurado fosse por questões financeiras.
Bemveja
Veja, não usei o “fascista” por acha-lo forte demais. Mas avaliar uma obra por essa questão é no mínimo fundamentalismo. Ninguém tem uma escrita pura, desvios ocorrem. E a minha leitura foi que o ponto de decisão dela foi esse. Insisto no ponto: não sei se o livro da Cíntia é pior, ou melhor, do que o do Galera. Talvez seja mesmo melhor, mas pela resenha dela não percebi isso. Ela diz na resenha que gosta de um texto bem escrito por ser revisora, mas quando tem um erro seu apontado retoma a ironia de sexta séria. Saca as contradições?
No meu livro Play, Dreams and Imitation in Childhood, chamei a atenção para o fato de que, em um jogo de regras, estas devem ser o mais claro possível, sob pena de gerar angústia e ansiedade nas crianças, que passam a se comportar de forma agressiva e contestadora, no jogo e na vida, uma vez que lhes é difícil perceber fronteiras entre as realidades do mundo.
Eu sei onde “me meti”. Críticas eu aceito, mas ficar insistindo nessa dos erros já perdeu a graça. Cadê o argumento?
É, você está certo, Thiago. Eu não quero dialogar mesmo, sou uma menininha emburrada de sexta série. Que bom que alguém foi capaz de ver isso.
Ah, Thiago, na resenha eu disse que, por ser revisora, leio textos com a atenção dobrada. Mas que, como leitora, eu prefiro textos com mais “cuidado”. Sempre fui assim. Você colocou em mim um radicalismo que não existe.
Thiago, não se esqueça das questões concentuais. Não quero deixar a impressão que haveria mais jurados para cada jogo se a Copa tivesse mais recursos. O que eu faria seria criar um sistema de repescagem, exatamente como o do Tournament of Books, prêmio americano que inspirou a Copa: os dois romances mais votados pelos leitores e eliminados antes da final têm uma segunda chance e enfrentam os dois vencedores das semi-finais. Mas acho interessante deixar a decisão de cada jogo nas mãos de apenas uma pessoa.
Abraços,
Lucas
pode até não existir, mas foi a impressão que tive ao ler seu texto.
essa renata parece ser uma fresca e Por que sou gorda, mamãe? é livro de mulherzinha, a começar pelo título
Questão de interpretação, Thiago.
Mas a Copa continua, amanhã tem mais.
é, dai começo a perseguir o próximo jurado…
Renata, não dê corda a essa gente. Não leram nehum dos dois livros, condição essencial para tecer qualquer argumento, e ficam horas (devem estar com a vida ganha) pentelhando a escolha de uma pessoa sobre esses livros. Realmente…
Lucas, com todas as imperfeições, considero boa sua iniciativa e admiro sua paciência com comentaristas que se caracterizam pelos embates inócuos onde o que disputam é a exibição verborrágica. Não estão nem aí para a literartura, são umas “comadres”, dessas que ficam debaixo da cama sabe, sempre cheia de saber…
Pelo calor da polêmica, acredito que o prêmio com que o vencedor será agraciado deve ser, pelo menos, um milhão de reais.
Embora não seja um entusista de suas idéias pedagógicas, concordo plenamente com o comentário de Jean Piaget, a intervenção mais sábia de quantas há aqui.
Será que a arte imita a vida? Ou a vida imita a arte?
Escritor mata amante de mulher e conta detalhes em livro – Reuters
(Por Natalia Reiter e Michal Kalarus)
http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/2007/09/05/escritor_mata_amante_de_mulher_e_conta_detalhes_em_livro_992191.html
Apesar do tom irônico de minha última mensagem, confesso que vou ler o livro da Cíntia. O título é infeliz? Certamente. Algumas obras-primas da literatura mundial também não têm títulos brilhantes.
Gostei do “Mãos de Cavalo”, mas concordo com a resenhista: É descuidado na escrita. Pior: agradece a dois ilustres amigos (também escritores) por terem feito uma leitura crítica antes da publicação.
E que diabos faz um revisor da Cia. das Tretas que não enxerga coisas como “descendência polonesa” (referindo-se a uma enfermeira que atende o protagonista, em Porto Alegre)?
“Quem fala o que quer, ouve o que não quer”
Mandamento número 1 do blogueiro.
Daniel, o título realmente é horrível. Num primeiro momento pensei tratar-se de livro de auto-ajuda para obesos.
O esperado ocorre. O tal do “critério” de escolha entre um e outro.
Dei uma olhada rápida e tem muita mesquinhez e ataques baratos.
Nem tenho paciência de analisar a verdadeira questão.
Haja paciência com quem desvirtua o debate por não ter mais o que fazer na vida.
Blog fosse meu eu já tinha tomado uma providência.
Em nome da democracia e liberdade de expressão muita besteira e agressões gratuitas atrapalham exatamente a democracia e liberdade de expressão pois ficar discutindo a ferrugem no penico de barro inflama os ânimos, muda o cerne da questão e provoca muitos outros estragos.
Perdem todos: o Blog, os comentaristas de boa-fé, os escritores, a avaliação do concurso, e, pior põe-se em dúvida o caráter de quem nem se conhece.
Isto é liberdade de expressão?
Algumas vezes parece execução sumária.
Vamos combinar: vocês não leram o livro da Moscovitch e acham que o livro do Galera é melhor? Eu queria entender como isso funciona. Não leram, mas mesmo assim não acham justo que o livro da gaúcha ganhe do lviro do Daniel Galera. Baseados em que vocês dizem isso? De ouvir dizer?
Quanta imbecilidade junta.
estou chegando atrasada neste papo todo – mas só pra dizer que, independente de qualquer disputa, o livro da Cintia é delicioso, divertidíssimo, bem feito, bem acabado. Bela leitura – que recomendo, assim como recomendo os outros livros da Cintia, especialmente os brilhantes contos do Arquitetura do Arco-Iris. Não percam! Gostar de um autor, não significa desgostar do outro, certo? abraços, Lucia