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A volta de Nareba, perdão, Naarebah
Sobrescritos / 10/04/2007

Algo estranho está acontecendo com Lúcio Nareba na cadeia. Os últimos e-mails que me chegaram de seu moderno notebook (alugado do carcereiro) com conexão wi-fi (cortesia das autoridades penitenciárias) vinham assinados por “Luuk Naarebah”. Acostumado às ousadias formais do atormentado escritor, a princípio não dei muita importância à grafia esdrúxula. Nareba sempre se orgulhou de ser “tradicionalmente vanguardista”. Gaba-se de ter sido alimentado com sopa de letrinhas concretas na primeira infância. “Claro que eu jogava bola com os outros meninos, mas só porque isso me dava a oportunidade de estudar o violento esporte Breton”, ele me segredou certa vez. Já estava no fim da sua cota diária de dois engradados e meio de cerveja quando disse isso. Até hoje não sei se falava sério. “Minha babá se chamava Marinetti”, prosseguiu. “Minha primeira professorinha foi a Pagu. Perdi a virgindade com a Laurie Anderson. A Isadora Duncan deu pro meu bisavô.” E mais não disse, porque nesse momento a baba fechou um fio-terra entre seu queixo e a mesa do botequim e tudo ficou dadá. Recordando essas coisas, não achei que o “Luuk Naarebah” fosse motivo de alarme. O que me assustou foi descobrir, no pé da sua última mensagem, em…