Chega às livrarias nos próximos dias o romance “A velocidade da luz”, de Javier Cercas (Relume Dumará, tradução de Antonio Fernando Borges, 208 páginas, R$ 34,90), mais uma oportunidade que o leitor brasileiro tem de ser apresentado ao escritor mais interessante e festejado da “nova geração” (nasceu em 1962 e publica desde os anos 80) da literatura espanhola. Cercas é autor de uma proeza rara, um arrasa-quarteirão reverenciado pela crítica, o romance “Soldados de Salamina”, de 2001, em que lança um olhar original sobre a Guerra Civil Espanhola embaralhando realidade e ficção – a ponto de criar um narrador chamado Javier Cercas e um personagem secundário, também escritor, que atende pelo nome de Bolaño, como o chileno que era seu amigo e primo literário. (Para quem quiser se aprofundar na história, aqui vai uma breve resenha do Roberto Bolaño verdadeiro sobre o livro.) Lançado no Brasil em 2004 pela Editora Francis, “Soldados de Salamina” não teve por aqui nem uma migalha da repercussão internacional que mereceu, daí se poder dizer que “A velocidade da luz”, o romance com que Cercas respondeu à expectativa criada por seu maior sucesso, é uma nova chance. Nova chance para o público brasileiro, bem entendido,…