No admirável mundo novo da autopublicação, os editores são uma espécie ameaçada. Isso não é de todo ruim. É bom que qualquer pessoa que queira publicar e tenha acesso a um computador não encontre hoje barreira alguma. E certos blogueiros não precisam mesmo de editores: sua prosa é fluente, coloquial, e os leitores não esperam que o trabalho seja elegante ou finamente cinzelado. Sua função principal é comunicar com clareza. Não tem o objetivo de durar. Mesmo assim, os editores e a edição se tornarão cada vez mais importantes à medida que a era da Internet avançar, em sua velocidade de foguete. O mundo online não tem apenas milhões de escritores recém-nascidos exultando com seus poderes. Tem também milhões de leitores que precisam se orientar nesse universo infinito e decidir que escritores vale a pena ler. Quem vai selecionar os excepcionais? Editores de alguma espécie. Algum grupo esperto de pessoas terá que separar o joio do trigo. E quanto mais refinado for o processo de separação, mais talento – e talvez mais experiência – ele exigirá. Nós já usamos outros leitores para classificar as coisas por nós: meus bookmarks são, em sua maioria, de escritores em quem aprendi a confiar….