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O acordo ortográfico é bom para o Brasil
NoMínimo / 16/05/2008

As reações assimétricas ao acordo ortográfico da língua portuguesa que têm se observado aqui e em Portugal dizem alguma coisa a respeito do abismo cultural sobre o qual a reforma busca construir sua pinguela. Do lado de lá do Atlântico, um abaixo-assinado online contra o acordo – e “em defesa da Língua Portuguesa”, naturalmente com ênfase no “Portuguesa” – chegou em duas semanas a 33 mil assinaturas, inclusive de intelectuais de peso. Isso não impediu a matéria de ser aprovada hoje no Parlamento (vale a pena ler os comentários furibundos no site do “Público” – como queríamos demonstrar). Aqui prevalece uma resistência quase sempre silenciosa, próxima do puro mau humor. Como, por princípio, ninguém gosta quando vem uma autoridade mexer no que é estabelecido e funcional, uma certa rabugice seria de esperar. Curioso é agirmos como se, dando um gelo no assunto, ele fosse desaparecer. Não vai. Hoje parece seguro considerar inevitável a adoção do acordo. Há pouco mais de um mês puxei uma discussão sobre o tema aqui no blog. Volto a ele porque desde então tenho ficado cada vez mais favorável à idéia, que, convém deixar claro, poucos meses atrás eu também combatia. Meus argumentos de então –…