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A ira implosiva de Fernando Vallejo
NoMínimo / 22/05/2008

Será que só eu achei uma chatice sem tamanho a iconoclastia marqueteira de Fernando Vallejo, escritor colombiano que virá à Flip? Vallejo tem despejado na imprensa brasileira vitupérios em série contra tudo o que se move: de Chávez a Uribe, do papa a Fidel, da Colômbia ao Brasil, de García Márquez ao que você quiser imaginar – isto é, se a essa altura o tédio não tiver congelado sua imaginação. Tudo com mão tão pesada, tão obviamente calculado para épater le bourgeois – um burguês que não está nem aí, claro – que fiquei pensando: terá a literatura chegado a tal ponto de rebaixamento frente ao mercado que, como uma puta velha, precisa desses atavios cada vez mais espalhafatosos, desses esgares grotescos que tentam se passar por sorrisos? Ou o cara é assim mesmo? Como sei que Vallejo já ganhou o prestigiado prêmio Rómulo Gallegos e é levado a sério pelos críticos de língua espanhola, não me espantei de ver que o “Estadão” de sábado embarcou em sua conversa sem o menor traço de distanciamento irônico, mencionando sua “ira explosiva”. “O Globo” de ontem não ficou atrás e disse que Vallejo “atirou, com cinismo e humor, contra as hipocrisias”. Entre…