A Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo vai lançar nos próximos dias o mais bem pago prêmio literário do Brasil. O Prêmio São Paulo de Literatura pagará R$ 200 mil para o melhor livro de ficção do ano, mais R$ 200 mil para o melhor livro estreante, também ficção. A primeira edição levará em conta livros de autores brasileiros publicados no ano passado. A quantia ultrapassa com folga os valores máximos de outras láureas já concedidas no país, como o prêmio Portugal Telecom (R$ 100 mil), o Zaffari & Bourbon (R$ 100 mil), da Jornada de Passo Fundo, e o Jabuti (R$ 30 mil), o mais antigo e tradicional de todos. A matéria de Eduardo Simões publicada hoje na “Folha de S. Paulo” (só para assinantes) é uma ótima notícia, e não apenas pela grana. Outro dia eu comentava aqui que não temos no Brasil um prêmio literário que chegue perto do peso cultural do Goncourt ou do Rómulo Gallegos, do tipo que vale manchete e faz os leitores correrem para as livrarias. Agora teremos, pelo menos, mais um concorrente à vaga. A inspiração para o prêmio, segundo o secretário paulista de Cultura, João Sayad, é o britânico…
Assim como o estado da federação, a floresta que alguns gringos gostariam de internacionalizar deve seu nome ao rio. Tudo começou com um potamônimo, palavrão que quer dizer “nome de rio”. Coube ao explorador espanhol Francisco de Orellana, o primeiro a descer o Amazonas de ponta a ponta, rebatizar em 1542 aquele marzão doce – a princípio chamado pelos colonizadores, justamente, Rio Santa Maria de la Mar Dulce – de Rio (das) Amazonas, após enfrentar uma tribo de ferozes guerreiras armadas de arco e flecha às suas margens. A preposição foi tragada pelo tempo, e as certezas também. Seriam tapuias? Segundo uma tese, as “guerreiras” de Orellana eram na verdade mancebos cabeludos. De uma forma ou de outra, a maioria dos estudiosos é firme ao sustentar que o mito grego das amazonas está por trás de tudo, tratando como mera curiosidade a tese alternativa de que a palavra teria vindo de amassunu, termo indígena para “águas ruidosas” (e não “águias”, erro reproduzido em muitos sites brasileiros). Como a etimologia é um campo de batalha em que pululam versões e mal-entendidos, a palavra amazona também carrega um qüiproquó de origem. O vocábulo foi provavelmente importado do iraniano ha-mazan (“guerreiras”), mas, adotado…