Marçal Aquino é, no meu caderninho, o melhor contista brasileiro a surgir depois da geração de Luiz Vilela, Sérgio Sant’Anna e Sergio Faraco. Um cara como ele assinar os roteiros (em parceria com o também escritor Fernando Bonassi) de uma série da TV Globo – “Força-Tarefa”, que vai ao ar nas noites de terça-feira – traz imediatamente à lembrança a experiência da ótima série policial americana “The Wire” (2002-2008), que tinha entre seus autores George Pelecanos, Dennis Lehane e Richard Price. Já em sua segunda temporada, a linguagem de “Força-Tarefa”, no entanto, não é uma novidade completa para Marçal, um experiente roteirista de cinema. É nessa área que ele tem novidades para contar: a adaptação de seu romance “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios” começa a ser rodada pelo diretor Beto Brant em agosto, no interior do Pará, com Gustavo Machado e Camila Pitanga nos papéis centrais. Também em agosto estréia a adaptação de “Cabeça a prêmio”, com direção de Marco Ricca. 1. Você tem uma frase famosa sobre os leitores de literatura brasileira formarem uma seita. Qual é a principal diferença entre escrever para uma seita e escrever para os fiéis da Igreja Católica Apostólica Romana?…