No terreno cada vez mais batido da interatividade internética, o pessoal do Papeles Perdidos (em espanhol), blog do “Babelia”, encontrou um cantinho original: perguntar aos leitores que livro eles memorizariam para salvar do fogo, como se fossem aqueles heróis da resistência de “Farenheit 451”, de Ray Bradbury. Cerca de oitenta livros ganharam menção. O título mais citado, com oito votos, foi “Cem anos de solidão”. Em seguida vieram “O apanhador no campo de centeio”, “Dom Quixote” e “O jogo da amarelinha”, com quatro votos cada um. A turma dos três votos teve “A Divina Comédia”, “A ilha do tesouro”, “A origem das espécies”, a “Ilíada”, “Os miseráveis” e, sim, “O pequeno príncipe” – este, disparado, o mais fácil de decorar. Será que daria no mesmo perguntar simplesmente ao leitor qual é a sua obra literária preferida de todos os tempos? Talvez sim, mas tenho minhas dúvidas. O peso absurdo de eleger um único livro para aprender de cor – ou seja, de coração – e salvar do aniquilamento completo parece fazer com que a escolha seja no mínimo mais ponderada. Eu, por exemplo, ainda não consegui decidir o meu. E você?