Clique para visitar a página do escritor.
Sobre livrões, tijolos, mamutes e afins
Pelo mundo / 04/11/2011

O novo livro de Haruki Murakami, “1Q84”, tem 928 páginas. O estouradíssimo George RR Martin, resposta americana a Tolkien, escreveu para a série “Crônicas de gelo e fogo” cinco tijolos de muitas centenas de páginas cada um, que na soma das tiragens dariam para construir metrópoles inteiras de casas robustas, com paredes à prova de som. Estamos na terra dos gigantes, em que o último título megahypado da literatura americana, “Liberdade”, de Jonathan Franzen, com suas 761 páginas, parece de porte não mais que mediano. Os dois romances mais recentes do velho Stephen King têm, respectivamente, 1074 e 740. Roberto Bolaño compareceu há pouco tempo com “2666”, que não chega a ter tantas páginas quanto o nome sugere, ficando em 856, e que de todo modo é um coletivo de romances e não um. Mas na estante ocupa quase tanto espaço quanto outros mamutes, de “Infinite Jest”, de David Foster Wallace (1079), a “As benevolentes”, de Jonathan Littell (912). Diante de tudo disso, o novo Jeffrey Eugenides (que já baixei no Kindle e que seu tradutor Caetano Galindo me disse ser muito bom) nem parece exatamente um romanção. O anterior, “Middlesex”, tinha 544 páginas. O novo, “The marriage plot”, para…