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P.S. a ‘Você nasceu para escrever. E agora?’
Sobrescritos / 30/11/2011

O esquema escritor A e escritor B (aqui) é, obviamente, uma simplificação. Não duvido que haja infinitas formas, e não apenas duas, de uma pessoa vocacionada para escrever lidar com tal fato, fazê-lo caber em sua vida como um sofá de três lugares na sala. No entanto, quantas dessas formas não serão apenas variações em torno de A e B, sequências A-B? Vamos admitir a verdade: a maior parte dos escritores e candidatos a escritor passa de uma letra à outra, e volta, ou fica, e vai de novo – quando não desiste de vez, claro – ao longo da vida. A é autocobrança, compromisso com desempenho, longas horas empenhadas. B é amadorismo no bom e no mau sentido: o prazer lúdico que é íntimo demais para ter de prestar contas a críticos ou quem quer que seja, e também uma confiança um tanto cândida na mágica da inspiração. Em termos assumidamente tão esquemáticos, é possível que só exista uma alternativa a A e B. Estamos falando, claro, de C – o A que pagou sua dívida, isto é, sente honestamente que pagou sua dívida e aí para, feito um personagem de Vila-Matas, feito um Raduan Nassar. O C já…