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Na cama com García Márquez
Pelo mundo / 29/04/2011

“Querido, vê se me esquece, prefiro ir pra cama com Gabriel García Márquez!” Da curta mas seminal série Pop Literário, que de vez em quando aparece aqui às sextas-feiras, uma pérola de 1993 da banda folk canadense Moxy Früvous, chamada My baby loves a bunch of authors. Tão divertida que me fez perdoar a baixíssima qualidade do vídeo. Bom fim de semana a todos. httpv://www.youtube.com/watch?v=J9F_XHb81N0...

Avacalhando preconceitos: ‘o remorso de baltazar serapião’
Resenha / 27/04/2011

Primeiro livro do autor português de origem angolana Valter Hugo Mãe a ser lançado no Brasil, “o remorso de baltazar serapião” (editora 34, R$ 37,00) é um romance cercado de atributos que podem despertar a desconfiança do leitor. Certamente despertaram a minha: regionalismo, tiradas próximas do realismo mágico, linguagem de sabor arcaico e sintaxe peculiar sugerindo intenções rosianas, abolição das maiúsculas como uma e...

Piglia: ‘A crítica literária desapareceu do mapa’
Pelo mundo / 25/04/2011

“A crítica literária é a mais afetada pela situação atual da literatura. Desapareceu do mapa. Em seus melhores momentos – com Iuri Tinianov, Franco Fortini ou Edmund Wilson – foi uma referência na discussão pública sobre a construção do sentido em uma comunidade. Não resta nada dessa tradição. Os melhores – e mais influentes – leitores atuais são historiadores, como Carlo Ginzburg, Robert Darnton, François Harto...

O melhor amigo do escritor é o cão ou o gato?
Vida literária / 22/04/2011

Em clima de feriado, o Todoprosa entra firme numa discussão de vital importância tanto para a compreensão do passado quanto para o bom desenvolvimento futuro das letras universais: se você é um escritor, é melhor ter em casa a companhia de um gato ou de um cachorro? No blog de livros da revista “New Yorker”, Elizabeth Minkel dá os links de dois ótimos acervos visuais de escribas com inclinação canina e felina: um fotolog c...

24 horas de literatura e outros passatempos
Pelo mundo / 18/04/2011

Você já ouviu falar de The clock, o filme (ou vídeo-instalação?) de Christian Marclay que faz uma colagem em ordem cronológica, com 24 horas de duração, de cenas de filmes em que aparecem relógios? Uma boa apresentação é esta crítica da escritora Zadie Smith para “The New York Review of Books”, que, além de ridiculamente bem escrita, é de uma empolgação inédita no jornalismo cultural dos últimos 30 ou 40 anos: ela...

Blogs e redes sociais são aliados dos escritores. Porém…
Pelo mundo / 15/04/2011

Na revista e muito ampliada área de livros do site do jornal inglês “The Guardian”, a escritora de romances históricos Sara Sheridan passa uma reprimenda severa (em inglês, acesso gratuito) em todos os colegas que resistem a ter uma presença ativa em blogs e redes sociais. “Me entristece ver esses escritores – comunicadores profissionais – ficarem distantes de um meio que clama por suas habilidades e que é, comprovadamen...

‘Clarice? Uma adolescente aprendendo a escrever’
Vida literária / 13/04/2011

Os leitores habituais deste blog sabem que raramente conto aqui histórias pessoais. Sei que desse modo contrario o que, a julgar pela evasão de privacidade cultivada por grande parte dos colegas, é uma vocação do meio. Prefiro ser fiel a uma vocação minha e dosar a primeira pessoa. Todo esse nariz de cera é para abrir uma baita exceção e contar que um dia tive uma namorada inglesa que odiou – ou talvez eu devesse carregar no...

Literatura brasileira e o complexo de vira-lata
Vida literária / 08/04/2011

Num artigo do escritor gaúcho Antonio Xerxenesky, encontro esta citação – que não conhecia – retirada de uma entrevista do chileno Roberto Bolaño, um dos grandes renovadores da prosa de ficção nos últimos vinte anos, morto em 2003. Bolaño esboçou uma instigante tese de fumaças marxistas sobre a quase total ausência de uma ficção de gênero no cenário da literatura latino-americana: o subdesenvolvimento não deixa. O q...

Quer odiar literatura? Estude Letras
Vida literária / 06/04/2011

Outra questão que eu acho muito grave é que os cursos de Letras rejeitam a Literatura e rejeitam aquele que faz literatura. Mais facilmente um autor sai de qualquer outro curso do que de um curso de Letras. O estudo de literatura é absolutamente culpado pela esterilização da literatura, pela incompetência do autor literário e inclusive pelo leitor e pelo mercado. A verdade é que é muito difícil um jovem interessado em literatu...

Máquinas de escrever, gaúchos, Jennifer Egan e outros links
Vida literária / 04/04/2011

Charmoso estudo fotográfico de uma era extinta: escritores famosos e suas máquinas de escrever. Na amostra ao lado, John Cheever em 1979, quando, diga-se de passagem, não andava nada bem – mas essa é outra história. * No capítulo galeria de fotos, achei simpática essa que o blog Mundo Livro, do jornal “Zero Hora”, montou só com retratos de escritores… gaúchos, claro. Destaque pessoal para o olho direito de Manoela S...

#**}%#!!! Uma história escabrosa e sua lição inestimável
Vida literária / 30/03/2011

Acendam uma vela por Jacqueline Howett, autora autopublicada e autodestruída em público, numa das histórias mais pungentes – e, para bom entendedor, didáticas – que a selva cheia de novos perigos da internet já propiciou nos domínios da literatura. Os personagens principais do caso são praticamente anônimos. Ou eram anônimos até poucos dias atrás, quando começou a guerra internética que se espalhou feito um vírus de gr...

Livros roubados, livros bandidos e outros links
Pelo mundo / 28/03/2011

“Os livros de que me lembro melhor são os que roubei na Cidade do México entre as idades de dezesseis e dezenove…” Roberto Bolaño discorre (em inglês) sobre os prazeres de ser um ladrão de livros. * Roubando ou não, você é um acumulador de livros, do tipo que se julga incapaz de se desfazer de um único volume, por pior que ele seja? Então saiba que sua doença tem nome: bibliomania. Conheça alguns truques que, sem p...

‘Diário da queda’: a ascensão de um autor
Resenha / 25/03/2011

A notícia é boa para aqueles poucos milhares de leitores fiéis de ficção nacional, mas mais importante ainda para os muitos milhares que nem passam perto desse tipo de produto: “Diário da queda”, o quinto romance do escritor gaúcho Michel Laub (Companhia das Letras, 152 páginas, R$ 38,50), é um grande livro. Desafiando o clima volátil deste início de século, com suas novidades que ficam velhas em cinco minutos, a perman...

República das Letras, sim. Mas isso inclui o Google?
Pelo mundo / 23/03/2011

Depois da decisão do juiz americano que refreou o apetite de digitalização universal do Google, ontem, vale a pena recuperar o trecho mais aplaudido da palestra que o historiador Robert Darnton fez na Flip do ano passado: Em primeiro lugar, devo dizer que admiro o Google, que fez coisas maravilhosas, e não quero soar como um D. Quixote. A digitalização do conhecimento é uma grande oportunidade e um grande risco. O Google já digi...

O maior matador de Kindle desta semana
Pelo mundo / 21/03/2011

Um bom indicador de como anda confuso o mundo dos livros é o título de um artigo publicado ontem no “Guardian” por Patrick Kingsley (o rapaz da foto ao lado): “Será este novo livro o matador de Kindle?” Primeiro fator de estranhamento: esse epíteto forçado, “matador de Kindle”, não era reservado até outro dia mesmo ao iPad? Era. Aparentemente, a despeito de todo o seu sucesso comercial, o aparelho da Apple não fez ju...

Bibliotecas depois do terremoto
Pelo mundo / 18/03/2011

As fotos de bibliotecas japonesas pós-terremoto que vêm sendo reunidas pelo site Togetter.com, enviadas por voluntários de diversas cidades, levam Macy Halford a especular, no blog de livros da “New Yorker”, por que essa preocupação com estantes tombadas e tomos esparramados no chão em meio a uma devastação tão completa, que deveria fazer este parecer o menor dos problemas. Bom, talvez por isso mesmo, imagina ela, ao dizer ...

O que eles disseram: Marías, Hatoum, Wallace
Pelo mundo / 14/03/2011

“‘Isto é de tal período e só dele’, dizemo-nos ao ler [certas obras] fora de sua época, e, com a inapelável e sempre crescente aceleração do mundo, ‘fora de sua época’ significa às vezes, hoje em dia, apenas uma década depois de sua vinda à luz. Algo desse tipo sentimos até com as narrativas dos maiores autores contemporâneos: com Kafka, com Faulkner, às vezes com Borges, com Joyce quase sempre. De tão inovadore...