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Livros de 2010: Bolaño e Cuenca são os vencedores
Vida literária / 17/12/2010

“O único final feliz para uma história de amor é um acidente”, de João Paulo Cuenca, na ficção nacional, e “2666”, de Roberto Bolaño, na ficção estrangeira, foram escolhidos os livros de 2010 pelos leitores do Todoprosa, numa disputa que mobilizou 1326 votos (veja abaixo). Logo após o início da votação, no último dia 8, o tijolão de Bolaño disparou na frente e deixou claro que “Solar”, de Ian McEwan, o segund...

Livros do ano? E por que não da década?
Vida literária / 15/12/2010

Livro do ano é pouco, vamos falar do livro da década! A sanha das listas de fim de ano levou o programa “Espaço Aberto Literatura”, da Globonews, a promover em seu site uma interessante enquete com a intenção de fechar uma lista dos melhores títulos literários nacionais e estrangeiros (predominantemente de ficção e poesia, embora apareçam algumas obras de outros gêneros) nesses primeiros dez anos do século 21. Tem graça...

Hemingway e Salinger são os maiores, diz Lillian Ross
Pelo mundo / 13/12/2010

Os dois maiores escritores do meu tempo são Ernest Hemingway e JD Salinger. Ambos cruzaram a fronteira entre o século 20 e o 21 com sua originalidade, sua substância e seu poder de permanência intactos. Como repórter e como amiga – com o privilégio de brincar na sua área – foi excitante observar em primeira mão o gênio único dos dois escritores revelar-se de forma cada vez mais nítida com o passar dos anos. Ambos tinham u...

Auto-ajuda para escritores, safra 1895
Pelo mundo / 10/12/2010

Aprendo neste artigo da “Slate” (em inglês, acesso gratuito) que o primeiro guia conhecido de auto-ajuda para escritores foi publicado em Londres em 1895 por um jovem chamado Sherwin Cody. Intitulava-se How to write fiction (Como escrever ficção) e dava conselhos como estes: O público é como uma criança: quer ser tocado emocionalmente ou inconscientemente. Os homens geralmente pegam um bom tema e o desenvolvem mal, enquanto as...

Os livros de 2010: está aberta a votação
Vida literária / 08/12/2010

Agora é com você, leitor. Está aberta aí embaixo a votação dos livros de 2010 – um de ficção nacional, um de ficção estrangeira. Foram considerados apenas títulos publicados este ano no Brasil – no caso dos estrangeiros, o critério permite a inclusão de um lançamento de 1963, como o de Natalia Ginzburg, ao mesmo tempo que exclui (porque ainda sem tradução) o romance que mais marolas provocou no cenário internacional...

Crítica de arte na rede, isso existe?
Pelo mundo / 06/12/2010

Os consensos artísticos do futuro (do presente?) vão surgir (estão surgindo?) na rede, da rede, isso parece certo. Outro dia me perguntaram numa palestra o que acontece na era digital com o velho sistema de validação literária, que há tempos vinha se baseando na academia e nos estratos mais rarefeitos da imprensa de papel. Quem vai separar o joio do trigo no presente, no futuro? Parece evidente que, cada vez mais, quem vai dizer ...

A sabedoria de John Updike
Pelo mundo / 01/12/2010

A princípio, acho que para tentar encontrar seu caminho nas letras você procura um modelo. E eu elegi quatro ou cinco que significaram muito para mim em meus anos de formação. Mas depois que está formado, então você lê basicamente à procura de coisas tão admiráveis que gostaria de ter feito você mesmo, e não está acima de, quem sabe, roubá-las, se conseguir achar um bom lugar para escondê-las. (…) Os jovens me perg...

Se é para consertar o Jabuti, valeu
Vida literária / 29/11/2010

Bons ou ruins, antenados ou sem noção, criteriosos ou politiqueiros, todos os grandes prêmios literários têm um vício de origem. Estão para a literatura como a decoração de shopping está para um certo espírito de Natal: têm visibilidade e movimentam a ciranda dos interesses comerciais, mas passam longe de captar a essência da coisa. Tal convicção sempre levou este blog, em seus quatro anos e meio de existência, a oscilar...

A ironia segundo David Foster Wallace
Primeira mão / 26/11/2010

…a TV americana dos primeiros tempos fazia uma apologia hipócrita de valores cuja realidade tornara-se atenuada num período dominado por grandes corporações, entrincheiramento burocrático, aventureirismo além-fronteiras, conflito racial, bombardeios secretos, assassinatos, escutas telefônicas etc. Não se trata de nenhum acidente que a ficção pós-moderna tenha ajustado sua mira irônica sobre o banal, o ingênuo, o senti...

Fala, Raymond Chandler!
Pelo mundo / 24/11/2010

Natal antecipado aqui no Todoprosa: em quatro partes, do arquivo da BBC para o YouTube, esta sensacional entrevista de rádio concedida por Raymond Chandler a Ian Fleming em Londres em 1958, poucos meses antes de morrer. Consta que se trata do único registro da voz do genial – além de profundamente amargurado com a crítica americana e levemente alcoolizado, como se verá – criador de Philip Marlowe, consciência crítica ...

Sobre o artigo de Italo Moriconi no ‘Prosa’
Vida literária / 22/11/2010

Ao longo de três décadas, dos anos 60 aos 90, o ensino universitário da literatura desconstruiu o fetiche da “boa literatura” em nome de uma ciência/política geral dos discursos e da noção do texto como objeto do desejo estético, autorizado por disciplinas que iam desde a psicanálise e a antropologia até os marcos existenciais e estéticos de um contexto favorável ao anticonvencional, às experimentações, às vanguardas...

Nick Hornby e todos aqueles grandes garotos
Pelo mundo / 19/11/2010

O inglês Nick Hornby é o mais recente nome da literatura a aderir a uma bela tendência internacional que bem poderia servir de inspiração para iniciativas locais: abre hoje em Londres uma oficina literária gratuita para crianças a partir de seis anos, com base no trabalho voluntário de escritores e de quem mais quiser participar e em colaboração com escolas públicas da cidade. O autor de “Febre de bola” e “Um grande gar...

A hipótese dos dez milhões de escritores
Pelo mundo / 17/11/2010

É uma percepção mais ou menos generalizada que nunca houve no mundo tanta gente escrevendo a sério, isto é, não necessariamente escrevendo bem, mas com suficiente investimento emocional na atividade para sonhar com alguma medida de glória literária. Quantificar o fenômeno é praticamente impossível, claro, mas não creio que essa percepção esteja errada, por mais desconcertante que seja conciliá-la com o evidente declínio ...

O dia em que a ‘New Yorker’ não falou da literatura brasileira
Vida literária / 15/11/2010

Há pouco mais de dois anos recebi em casa uma ligação incomum: do outro lado da linha, uma simpática repórter da “New Yorker” queria saber minha opinião sobre Paulo Coelho, que seria tema de uma longa reportagem naquela que considero a melhor revista do mundo. Animado pela vaidade de ter minha opinião requisitada pela “New Yorker”, ainda que sobre um tema pelo qual tenho reduzido interesse, falei longamente sobre nosso re...

Votação dos livros do ano: indique os concorrentes
Vida literária / 12/11/2010

Eleger os livros do ano é um clichê jornalístico, mas um clichê incontornável, além de salutar. Como os prêmios literários, e muitas vezes com mais eficácia do que estes, as listas de highlights que pipocam em torno do Natal – e que proliferam em todas as áreas, claro, não só na literatura – nos ajudam a imprimir uma certa sensação de ordem ao fluxo das novidades que, sempre excessivas, inundam o ano inteiro. Recapitul...

A tinta eletrônica colorida e a derrota de Chico Buarque
Vida literária / 10/11/2010

Surge na China o primeiro leitor eletrônico com tela de e-ink colorida, que até aqui era considerada uma tecnologia comercialmente inviável. Começa a ser aterrado o fosso separa o Kindle e similares, excelentes para a leitura de livros, do iPad, genial para ver imagens. * E quando já davam o paciente como desenganado, o baixo custo do meio digital está provocando uma explosão de novas revistas literárias. Na Inglaterra. * Por fi...

O leitor está morto?
Vida literária / 08/11/2010

Muito interessante o ensaio do crítico argentino Damián Tabarovsky publicado ontem no bom caderno Ilustríssima da “Folha de S. Paulo”, sob o título “O escritor sem público”. Melhor avisar logo que se trata de coisa cabeçuda, cheia de frases como esta: “Nessa comunidade negativa, a leitura não se impõe sob o modo da distribuição (como no mercado) nem no da circulação (como na academia), mas como generalidade imagin...