httpv://www.youtube.com/watch?v=jPfThpelv48 O Pop Literário de Sexta volta com o curta-metragem inglês The last bookshop (“A última livraria”), de Richard Dadd e Dan Fryer, produção independente recém-saída do forno que imagina um futuro distópico com toques de “Admirável mundo novo” e “1984”. Resta no mundo uma única – e maravilhosa – livraria. Essa notável resistência comercial se deve exclusivamente à tei...
Bichos lambem louças na pia. Num canto da cozinha, a menina. Faz dias. Lave a louça que a mãe já vem! Ela não lavou. Será que foi por isso? O drama desmedido que Sônia Barros fez caber na medida escassa de 139 caracteres é o vencedor do III Concurso Todoprosa de Microcontos para Twitter. Com total controle de seus meios de expressão – um punhado de palavras caseiras e meia dúzia de elipses afiadas – a autora escreveu uma m...
Palavras na escuridão: numa imitação descarada do escritor americano Austin Kleon e seu intrigante projeto Newspaper Blackout, canetei o artigo (sobre os “finais inesquecíveis” da literatura) com que Sérgio Augusto se despediu sutilmente dos leitores do “Sabático” no dia 20 de abril – o último em que o suplemento literário do “Estadão” circulou. Clique na imagem para ter melhor leitura....
A Associação de Editores de Madri acaba de lançar uma campanha publicitária, assinada pela agência espanhola Grey, em que ilustres representantes da cultura literária de todos os tempos são impiedosamente exterminados por representantes da cultura audiovisual contemporânea (via No mundo e nos livros). Dom Quixote enfrenta os Angry Birds e é abatido ao pé de um moinho de vento. A baleia Moby Dick, depois de derrotar a fúria ho...
Após quatro anos à frente da “Granta”, a mais influente revista de literatura do mundo, o escritor e crítico americano John Freeman (foto) está deixando o posto – e a ponte aérea Londres-Nova York – para dar um curso de “escrita criativa” na Universidade Columbia. A saída de Freeman, aparentemente amigável, se dá poucos dias após o lançamento da quarta edição da já lendária seleção de “melhores jovens roman...
Conforme prometido ano passado aos leitores, declaro aberto neste momento o terceiro – e último! – concurso de micronarrativas em formato Twitter promovido pelo Todoprosa. As inscrições ficam abertas até o último dia deste mês, às 18h. O regulamento é simples: 1. O microconto deve delinear uma narrativa (história) em 140 toques no máximo. 2. Cada leitor pode inscrever até três microcontos, desde que submeta um por vez. 3...
O cartunista Laerte (blog aqui), nascido em São Paulo em 1951, é para muita gente – para mim inclusive – o maior nome brasileiro de todos os tempos em sua arte. Se Bill Watterson e seu Calvin eram uma lacuna que o Pop Literário de Sexta tratou de preencher na semana passada, agora chegou a vez das tirinhas mais filosóficas e agridoces de que se tem notícia sobre os atos de ler e escrever. Bom fim de semana a todos....
(…) Showalter presta menos atenção ao mérito artístico, ao que separa a boa da má ficção, do que aos seus significados culturais; está menos preocupada com nuances de arte ou estilo do que com as ramificações políticas do livro ou o comportamento intrépido ou aventureiro de suas protagonistas. Como outras acadêmicas feministas de seu time, não está interessada em saber se as escritoras que discute são boas escritor...
“As Benevolentes”, de Jonathan Littell, vencedor do prêmio Goncourt em 2006, é um dos romances mais originais, fortes e perturbadores jamais escritos sobre a Segunda Guerra Mundial. É também um dos mais notáveis deste século em qualquer gênero (leia aqui a resenha que publiquei na época). Escrito em francês pelo americano Littell (e muito bem traduzido por André Telles para a edição brasileira que a Alfaguara pôs no mer...
Pequena maravilha de humor e inteligência, “Calvin e Haroldo” (Calvin and Hobbes no original), a tirinha que o americano Bill Watterson escreveu e desenhou por dez anos, de 1985 a 1995, marcava uma lacuna indesculpável no Pop Literário de Sexta. O buraco é preenchido agora pela conversa do esperto menino de seis anos com seu tigre de pelúcia – que para ele (e só para ele) aparece como um animal falante de raro espírito crí...
O artigo parece uma piada a princípio, mas vai bem além disso. “A curiosa incidência de cães no mercado editorial – Se os gatos mandam na internet, por que os cachorros reinam nos livros?” é um pequeno ensaio que combina alguma pesquisa (e até gráficos) com boas sacadas sobre o tema que o título resume bem. Assinado por Daniel Engber e publicado na revista eletrônica Slate, deixa claro que não quer apenas fazer graça qu...
httpv://www.youtube.com/watch?v=XwoW9hnB4vY O trailer do livro infantil It’s a book (“É um livro”), de Lane Smith, lançado em 2010, vale por si mesmo como um adorável curta de animação. Fazia tempo que o gênero não aparecia aqui no Pop Literário de Sexta. Convém encarar com humor a mensagem subliminar contida na escalação de um evoluído macaco como cultor do livro físico e de um burrinho como viciado no mundo digital....
Alguém acreditou em Philip Roth quando (…) ele anunciou que estava se aposentando? De todos os romancistas contemporâneos, é ele quem fez a escrita parecer um ato necessário e contínuo, inseparável das continuidades e batalhas de estar vivo. Para Roth, a narração e a individualidade parecem ter nascido juntas; portanto, precisam morrer juntas também. Mais do que qualquer outro romancista moderno, ele usou a ficção como ...
A capa ao lado (“Este é o primeiro livro que eu leio em seis anos”), nome alternativo de “A garota com tatuagem de dragão”, de Stieg Larrson, é a preferida de todos os tempos pelos leitores do blog de humor Better Book Titles, que desde 2010 imagina “títulos melhorados” para livros famosos. O nome que coube à obra do autor sueco, claro, caberia em vários outros sucessos. * E por falar em capa de livro: se esta aí emba...
A suspeita é antiga, mas uns dois séculos mais nova do que a obra fenomenal do poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare (1564-1616): ele não seria o verdadeiro autor de suas peças e poemas, ou pelo menos de grande parte deles. Algumas lacunas historiográficas e sobretudo o fato de que o jovem Will nunca teve acesso a uma educação clássica de primeira linha, então ao alcance apenas da nobreza, são os principais argumentos...
O mundo é tão vasto, tão complicado, tão repleto de maravilhas e surpresas que a maioria das pessoas leva alguns anos para começar a perceber que é também irremediavelmente quebrado. A esse período de pesquisa chamamos “infância”. Segue-se um programa de investigação reiterada, quase sempre involuntária, sobre a natureza e os efeitos de mortalidade, entropia, coração partido, violência, fracasso, covardia, hipocrisia,...
Em 1975, ano especialmente feliz para a literatura brasileira, um paulista do interior, descendente de libaneses nascido em Pindorama, lançou seu livro de estreia. O nome do autor, então com 39 anos, era Raduan Nassar. O romance curto e denso com que se apresentava, “Lavoura arcaica”, ganhou reconhecimento da crítica – imediato – e de um público exigente – aos poucos – como um clássico moderno. O que sem dúvida é. Nov...